Microsoft Lança Iniciativa para Combater o Aumento de 30% nas Emissões de Escopo 3 desde 2020, mais de 80 Medidas Adotadas para Reverter Tendência

A Microsoft, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, está enfrentando um desafio crescente em relação às suas emissões de carbono. A demanda por novos centros de dados tem levado a um aumento significativo na pegada de carbono da empresa, especialmente nas emissões de Escopo 3. Desde 2020, as emissões de gases de efeito estufa da Microsoft aumentaram 29,1%, impulsionadas principalmente pela construção e expansão de seus centros de dados.

Desafios e Medidas Adotadas pela Microsoft

Redução nas Emissões de Escopo 1 e 2

Enquanto as emissões de Escopo 1 e 2 da Microsoft – aquelas diretamente relacionadas às operações da empresa, como fabricação e uso de energia – diminuíram 6,3% desde a linha de base de 2020, as emissões de Escopo 3 aumentaram 30,9% no mesmo período. As emissões de Escopo 3 incluem as emissões indiretas, como aquelas resultantes de compras de clientes e outras categorias da cadeia de suprimentos.

Aumento das Emissões em 2023

No ano fiscal de 2023, as emissões da Microsoft aumentaram 3,8% em relação ao ano anterior, marcando o terceiro aumento consecutivo desde que a empresa anunciou sua meta de se tornar “carbono negativo” até 2030. Essa meta compromete a Microsoft a cancelar o efeito de seu dióxido de carbono, consumo de água, produção de resíduos e uso de terra até o final da década.

Para o ano encerrado em 30 de junho de 2023, a Microsoft relatou a emissão de 17.162.000 toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente, em comparação com 16.538.000 no ano fiscal de 2022. Todo esse aumento veio das emissões de Escopo 3.

Principais Contribuintes para o Aumento

Os executivos da Microsoft atribuem o aumento principalmente aos novos centros de dados. “Nossos desafios são em parte únicos à nossa posição como um fornecedor líder de nuvem que está expandindo seus centros de dados”, disse Brad Smith, Presidente e Vice-Presidente da Microsoft, e Melanie Nakagawa, CSO da Microsoft, no prefácio do relatório ambiental da empresa, publicado em 15 de maio. “Mas ainda mais, refletimos os desafios que o mundo deve superar para desenvolver e usar concreto, aço, combustíveis e chips mais verdes. Esses são os maiores impulsionadores dos nossos desafios de Escopo 3.”

Iniciativas para Redução de Emissões

Estratégia Abrangente e Medidas Específicas

Para enfrentar esses desafios, a Microsoft lançou uma iniciativa em toda a empresa para reverter essa tendência de aumento das emissões de Escopo 3. Essa estratégia inclui mais de 80 “medidas discretas e significativas”, incluindo um novo requisito que exige que fornecedores de “alto volume” – aqueles com os quais a empresa mais frequentemente faz negócios – usem energia livre de carbono até 2030. Anteriormente, a Microsoft exigia que esses fornecedores reduzissem as emissões absolutas em um mínimo de 55% até esse prazo.

Transparência e Critérios de Aquisição

No verão de 2023, a Microsoft adotou divulgações de emissões mais rigorosas por parte de certos fornecedores. Dados de emissões também fazem parte dos critérios de aquisição da Microsoft – chefes de divisão são cobrados uma taxa interna pelas emissões, incluindo as de seus fornecedores. “Quanto mais eles puderem tomar decisões informadas que sejam de menor carbono, melhor estarão em termos do impacto da taxa que verão anualmente”, disse Nakagawa.

Cinco Prioridades do Conselho Climático da Microsoft

As 80 iniciativas estão espalhadas por cinco prioridades estabelecidas pelo Conselho Climático da Microsoft. O grupo é presidido por Smith e inclui Nakagawa e líderes empresariais de toda a empresa. As prioridades são:

  1. Uso de Tecnologia Digital e Inteligência Artificial: Utilizar tecnologia digital, incluindo inteligência artificial, para coletar insights e automatizar o gerenciamento do consumo de eletricidade e água. Por exemplo, a Microsoft é investidora na LineVision, que cria software que ajuda a liberar a capacidade da rede elétrica.
  2. Aumento da Eficiência dos Centros de Dados: Aumentar a eficiência do uso de água nos centros de dados. O novo centro de dados da empresa em Wisconsin, por exemplo, será resfriado com um sistema de reciclagem de água em circuito fechado que usa nova água apenas em circunstâncias raras.
  3. Inovação por Meio de Parcerias: Inovar por meio de parcerias, como a aliança de setembro de 2023 com a RMI, para desenvolver um fornecimento de aço verde.
  4. Uso do Poder de Compra: Usar seu poder de compra para novas soluções, incluindo servidores de computador de baixo carbono, aço, eletricidade e concreto. Em abril, por exemplo, a Microsoft investiu mais dinheiro na LanzaJet, que fabrica combustível de aviação sustentável, por meio de seu Fundo de Inovação Climática de US$ 1 bilhão.
  5. Defesa de Mudanças nas Políticas Públicas: Defender mudanças nas políticas públicas, ilustrado por uma decisão de 2023 de se juntar à Coalizão para Reciclagem de Água.

Investimentos em Remoção de Carbono

A Microsoft também está fazendo grandes investimentos em abordagens emergentes para a remoção de carbono. No ano fiscal de 2023, a empresa assinou contratos para mais de 5 milhões de toneladas métricas de créditos relacionados a projetos futuros, incluindo um acordo de 15 anos com a Chestnut Carbon para um projeto de reflorestamento nos EUA.

Isso é mais de cinco vezes a quantidade de remoções de carbono compradas pela Microsoft no ano fiscal de 2022. A empresa pode igualar essa quantidade durante o ano fiscal atual: em maio, a Microsoft assinou seu maior acordo de remoção de carbono até hoje com a Stockholm Exergi. O acordo cobre 3,33 milhões de toneladas métricas de remoção de carbono por 10 anos a partir de 2028.

Para fins contábeis, os créditos de carbono são retirados à medida que são gerados. Para o ano fiscal de 2023, a Microsoft retirou créditos relacionados a cerca de 605.000 toneladas métricas de CO2 equivalente, o que permite à empresa afirmar que é neutra em carbono.

Conclusão

O compromisso da Microsoft com a sustentabilidade e a redução de emissões é uma parte crucial de sua estratégia corporativa. Embora a empresa tenha enfrentado aumentos significativos nas emissões de Escopo 3 devido à expansão dos centros de dados, ela está tomando medidas proativas e inovadoras para enfrentar esses desafios. Com mais de 80 iniciativas em andamento e grandes investimentos em tecnologias emergentes de remoção de carbono, a Microsoft está posicionada para fazer progressos significativos em direção ao seu objetivo de se tornar carbono negativo até 2030. O sucesso dessas iniciativas não apenas ajudará a Microsoft a alcançar suas metas ambientais, mas também servirá como um modelo para outras empresas de tecnologia que enfrentam desafios semelhantes.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que são emissões de Escopo 1, 2 e 3?

Escopo 1: Emissões diretas de fontes que são possuídas ou controladas pela empresa, como emissões de veículos de frota da empresa.

Escopo 2: Emissões indiretas da geração de eletricidade comprada consumida pela empresa.

Escopo 3: Todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa, incluindo tanto upstream quanto downstream. Isso pode incluir emissões resultantes de bens e serviços adquiridos, atividades de transporte e distribuição, resíduos gerados nas operações e uso de produtos vendidos.

2. Por que as emissões de Escopo 3 da Microsoft estão aumentando?

As emissões de Escopo 3 da Microsoft estão aumentando principalmente devido à construção e expansão de novos centros de dados. Esses centros exigem grandes quantidades de concreto, aço e equipamentos de TI, que têm altas pegadas de carbono em seus processos de fabricação e transporte. A demanda crescente por serviços em nuvem e inteligência artificial também contribui para esse aumento, uma vez que exige a construção de mais infraestruturas para suportar essas tecnologias.

3. Quais são algumas das 80 medidas que a Microsoft está implementando para reduzir suas emissões?

Entre as mais de 80 medidas adotadas pela Microsoft para reduzir suas emissões, destacam-se:

  • Uso de energia livre de carbono: Requisito para que fornecedores de alto volume utilizem energia livre de carbono até 2030.
  • Eficiência dos centros de dados: Implementação de sistemas de reciclagem de água em circuito fechado nos novos centros de dados.
  • Parcerias inovadoras: Colaborações para desenvolver fornecimento de aço verde e investimentos em combustíveis de aviação sustentáveis.
  • Tecnologia digital e IA: Uso de inteligência artificial para automação e gerenciamento eficiente de eletricidade e água.
  • Mudanças de políticas públicas: Participação em coalizões para promover a reciclagem de água e outras iniciativas sustentáveis.

4. Como a Microsoft está utilizando seu poder de compra para promover a sustentabilidade?

A Microsoft está utilizando seu poder de compra para promover soluções sustentáveis ao exigir que seus fornecedores adotem práticas de baixo carbono. Isso inclui a compra de servidores de computador, aço, eletricidade e concreto com menor pegada de carbono. Além disso, a empresa investiu em iniciativas como a LanzaJet, que produz combustível de aviação sustentável, fortalecendo seu compromisso com a redução de emissões ao longo da cadeia de suprimentos.

5. O que é o Conselho Climático da Microsoft e quais são suas prioridades?

O Conselho Climático da Microsoft é um grupo presidido por Brad Smith, Presidente e Vice-Presidente da Microsoft, e inclui Melanie Nakagawa, CSO da Microsoft, juntamente com líderes empresariais de toda a empresa. Este conselho define as prioridades da empresa para enfrentar as mudanças climáticas. As cinco prioridades principais são:

  1. Uso de tecnologia digital e IA: Automatizar e otimizar o gerenciamento do consumo de eletricidade e água.
  2. Aumento da eficiência dos centros de dados: Implementar sistemas de reciclagem de água e outras tecnologias de eficiência.
  3. Inovação através de parcerias: Colaborar com outras organizações para desenvolver materiais e processos mais verdes.
  4. Uso do poder de compra: Promover soluções sustentáveis através das decisões de compra da empresa.
  5. Defesa de políticas públicas: Apoiar mudanças políticas que favoreçam a sustentabilidade, como a reciclagem de água.

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